No final de semana do dia 21 e 22 de abril rolou o Ultra Brasil no coração de São Paulo no Vale do Anhangabaú.
O festival de música eletrônica, Ultra Brasil, que leva suas batidas para mais de 20 países diferentes estreou no país em 2008 na histórica Anzu, época em que EDM ainda era um estilo relativamente jovem curtido por um nicho mais restrito de festeiros. 15 anos depois e a música eletrônica é um fenômeno global e invadiu inúmeros festivais (Lollapalooza e Rock in Rio contam com palcos específicos para o gênero) e incontáveis playlists, seja para dançar ao som de “Dance Monkey” hit da Tones & I ou sentir saudades do que a gente nunca viveu escutando “Wake me Up” do Avicii.
O estagiário recém promovido no Diário de Shows que vos fala esteve lá em ambos os dias e conta como foi a experiência.
Show de Luzes
Chegando no local dava para perceber que a organização não economizou na estrutura dos palcos. Eram quatro, destaque para o Ultra Main Stage que contava com telões em formatos geométricos e que cada vez que soltava lasers criava uma cena linda em que a pirotecnia tecnológica se misturava à arquitetura tradicional do centro de São Paulo. Sem contar que, no final de praticamente cada show, rolava a já tradicional solta de fogos de artifício levando o público ao êxtase.
Os outros palcos eram menores, porém também contavam com uma estrutura interessante. A sensação é que pra qualquer lado que você virasse você seria acertado por um raio colorido e deve ser por isso que tantas pessoas usavam óculos escuros mesmo quando já havia anoitecido.
Artistas para todos os gostos
A edição contou com 75 atrações divididas em 2 dias e mesclou artistas mainstream como Marshmellow, Alan Walker, Axwell e Nicky Romero com artistas mais underground que foram espalhados pelos 3 palcos menores do festival. A verdade é que não faltou nenhum estilo de música para o amante do eletrônico e no mesmo horário você podia “fritar” ouvindo um Psy Trance ou cantar a todos pulmões hits como “Faded” do Alan Walker.
Noites de homenagens
Os DJs vieram afinados para conquistar o coração do público brasileiro e não era incomum ouvir batidas de funk mescladas nos sets pelo festival. Outro ponto em comum foram as homenagens ao Avicii, que morreu há 5 anos no dia 20/04 e foi um dos maiores responsáveis por popularizar a EDM, impulsionando esse tipo de música para os níveis estratosféricos de hoje em dia.
Um momento que dividiu opiniões foi o encerramento do show de Timmy Trumpet, o Australiano meteu um “Evidências” de Chitãozinho e Xororó enquanto o palco era revestido da cor verde e amarela. Conversando com pessoas que presenciaram o momento, ficou claro que parte odiou o momento e a outra achou mega divertido. Porém, foi consenso que o Timmy fez um show fantástico, um dos mais enérgicos da noite e não parou de interagir com o público durante 1 segundo. Teve até um momento em que ele tocava seu trompete enquanto fogos de artifícios eram lançados da ponta do instrumento (sim, isso mesmo que você leu).
Aleatoriedades do Ultra
Nos intervalos entre shows da main stage o festival conta com uma espécie de MC que fica falando durante os 5 minutos de intervalo, sem parar, em inglês, tentando hypar o festival e contar um pouco da história do evento enquanto também elogiava o artista que tocou e o que viria a seguir. Tudo isso acontece enquanto o palco fica completamente escuro e o público está aproveitando o tempinho para ir ao banheiro ou comprar mais um Gin Tônica de R$40. É uma cena que lembra um pouco um sketch do The Office e rendeu boas risadas entre meu grupo de amigos.
Ainda me surpreende a questão de vários artistas, inclusive grandes nomes, tocarem as mesmas músicas que o outro em um curto espaço de tempo. Isso foi latente na Tomorrowland de 2015 em que um remix de Wonderwall foi tocado em quase todos os sets e dessa vez no Ultra, parecia que era obrigatório tocar o hit “Love Tonight” do Shouse. Se combinar direitinho, cada set não vai repetir as mesmas músicas. Apesar disso causar um pouco de estranhamento, não estragou a experiência do festival que foi ótima.
Agora é descansar após dois dias seguidos dançando e aguardar para ver se o festival volta para uma edição 2024 em São Paulo.