Knotfest estreia no Brasil para um público de 45 mil pessoas no Sambódromo do Anhembi.

O festival reuniu grandes nomes do metal internacional e nacional.

Dia 18 de dezembro de 2022 ficou marcado pela grande concentração de pessoas desfilando de um canto ao outro no Sambódromo do Anhembi vestidas de preto. Depois de uma longa espera devido à pandemia, os fãs de metal brasileiros finalmente puderam aproveitar o tão aguardado festival organizado pela banda Slipknot. O Knotfest existe há 10 anos e só agora fez sua estreia no Brasil, na capital paulista.

O evento teve ingressos esgotados e levou aproximadamente 45 mil pessoas para assistir aos shows de bandas como Judas Priest, Pantera, Bring Me The Horizon, Mr. Bungle, Trivium, Vended, Sepultura, Project46, Black Pantera, Oitão, além dos donos da festa, o Slipknot.

Os portões abriram por volta das 11h e mesmo ao entardecer, uma longa fila ainda existia do lado de fora do Sambódromo, com fãs que chegavam após a vitória da Argentina na Copa do Mundo. A estrutura do Knotfest contou com 2 palcos, o KnotStage e o Carnival Stage, onde as 11 bandas se dividiram com um intervalo de mais ou menos 10/15min. Acrobatas faziam malabarismos no meio da passarela com uam maquiagem freak, também estavam espalhados alguns food-trucks, a loja com merch oficial das bandas, estúdio de tatuagem e um museu com itens raros que o Slipknot usou em algumas turnês.

Como imprensa, nós não fomos obrigados a ficar na fila para conhecer o museu, o que foi um grande alívio já que a espera estava com um tempo enorme, fazendo os fãs escolherem entre aproveitar os shows ou ficar na fila. A tour pelo museu não dura 30min e vimos os figurinos, alguns instrumentos e as máscaras que a banda costumava usar nos shows.

A primeira apresentação no Knotfest foi da banda nacional Black Pantera, que entrou no lineup de última hora já que a banda de metalcore norte-americana Motionless in White adiou sua vindo ao Brasil devido à problemas de saúde. Em seguida, Oitão e Jimmy&Rats começaram a festa no palco Carnival Stage para um público ainda tímido. De volta ao palco principal, o Project46 fez todo mundo dar início às famosas rodas punk ao som dos seus grandes sucessos.

Enquanto isso do outro lado do Sambódromo, a banda Trivium declarou seu amor pelo Brasil e fez seus fãs sentirem um misto de nostalgia e euforia, naquele começo de tarde ensolarada em São Paulo. Em seguida no KnotStage, a banda formada pelos filhos do vocalista e baterista do Slipknot, o VENDED subiu ao palco reproduzindo boa parte do show que aconteceu dias antes no VIBRA.

De volta ao Carnival Stage, o Sepultura subiu ao palco ao som dos clássicos da sua carreira além de participações especiais das faixas do SepulQuarta. Andreas Kisser também aproveitou a oportunidade para divulgar seu novo projeto em homenagem à sua esposa Patricia Perissinotto Kisser, o MAETRICIA. Movimento que objetiva discutir sobre morte digna. A banda formada em 1985, Mr. Bungle, fez um show incrível para marcar o retorno do seu vocalista, Mike Patton, aos palcos após um longo tratamento de saúde

O fim da tarde já contava com boa parte do público acomodado para ver o Pantera no palco Carnival Stage. A banda fez uma bela homenagem aos irmãos Dimebag Darrell e Vinnie Paul com um trailer enquanto Phil Anselmo (vocal), Zakk Wylde (guitarra) e Charlie Benante (bateria) entoavam um dos belos clássicos da banda acompanhado do coro da platéia. O Pantera teve um desfalque em sua formação já que Rex Brown, o baixista oficial, contraiu covid durante a passagem do Knotfest em outa edição sul-americana semanas atrás. O contratempo não foi impeditivo para a banda entregar uma apresentação épica aos fãs brasileiros.

Deixando muito “tiozão” de queixo caído, a banda de “pop-metal” Bring Me The Horizon reuniu uma legião de fãs colados na grade do KnotStage, sedentos por mais uma apresentação do gringo mais brasileiro de todos, o vocalista Oliver Sykes. Depois de uma noite com ingressos esgotados no VIBRA São Paulo onde seus fãs pediram incansavelmente o hit “Sleepwalking”, a banda fez uma pequena alteração no setlist e levou o público à uma intensa nostalgia ao tocar a faixa do álbum Sempiternal (2013). Esbanjando simpatia, o frontman ainda usou um chapéu de papai noel e desceu do palco para abraçar seus fãs. Oli deixou claro para os entusiastas de heavy metal que sua banda tem total capacidade para participar de um festival de heavy metal como o Knotfest.

O começo da noite ficou marcado pela apresentação de uma das bandas mais esperadas pelos rockeiros tradicionais do heavy metal, o Judas Priest. Celebrando seus 50 anos de carreira, a banda formada por Rob Halford, Richie Faulkner, Andy Sneap, Ian Hill e Scott Travis arrancou belos gritos do público ao som dos grandes sucessos do quinteto. Com direito a cenários interativos e mudanças de figurino, o Judas Priest ainda finalizou a apresentação com Rob entrando no palco dirigindo sua motocicleta potente e entoando o clássico “Braking the Law”. Apesar do alvoroço, boa parte do público começou a atravessar novamente o Sambódromo para ver os donos do festival, o headliner Slipknot.

Só de pensar em 45 mil pessoas ocupando o mesmo lugar já é uma imagem aterrorizante e foi exatamente o que aconteceu. Por volta das 21h20, amigos, família, pessoas sozinhas, fãs e curiosos se esmagaram em frente ao palco principal para ver o Slipknot dar início ao seu espetáculo.

Eu achei sensacional como realmente tinham uns fãs abaixo de 10 anos de idade animados no ombro dos seus pais, aguardando ansiosamente Corey Taylor e sua gang naquela noite. A criançada estava mais feliz do que na Disney e cantavam todos os sucessos do Slipknot, enquanto a “terceira idade” já estava reclamando da dor na lombar após praticamente 12h de festival. Apesar da turnê que fecha a primeira edição do Knotfest no Brasil ser em divulgação do último lançamento do Slipknot, The End, So Far”, os grandes hits como “Before I Forget”, “Disasterpiece”, “Wait And Bleed” e “Duality” não ficaram de fora do repertório e em “Spit It Out”, o vocalista ainda teve a audácia de pedir ao público que abaixasse para então pular juntos no refrão. Claro que tentamos, apenas do espaço limitado.

O evento criado pelo Slipknot estreou com grande sucesso no Brasil e marca o início do retorno de festivais de rock em São Paulo. Na saída do Knotfest ouvi muitas pessoas comentando sobre o Summer Breeze e Monters of Rock que tem datas previstas para 2023, além da grande expectativa para a próxima edição deste festival no país. Se Knotfest 2023 acontecer, você tem algum palpite de quem serão os convidados especiais para essa super festa do heavy metal?