Definitivamente, foi um dia que vai ficar marcado na memória!
Sexta-feira à noite é o momento mais aguardado por todos aqueles que mataram um ou mais leões por dia durante a semana. Para os amantes de shows, poder voltar a assistir a sua banda preferida ao vivo também gera a mesma expectativa. Então, você já deve conseguir imaginar o auê que estava dia 12 de novembro, no Carioca Club em São Paulo, onde o Vespas Mandarinas e a Plebe Rude re-plugaram seus instrumentos nas caixas e fizeram a festa.
A casa de shows recebeu as duas bandas, de diferentes gerações do rock nacional, para uma noite de comemorações. O Vespas Mandarinas apresentou o seu recente álbum “Cala Boca Já Morreu ao Vivo” com formação inédita e em seguida, o Plebe Rude celebrou 40 anos anos de carreira.
Enquanto o público ia se acomodando na pista que agora já estava livre de mesas e cadeiras, o DJ da casa ia despertando a memória daqueles já ansiosos para a apresentação. A música ambiente teve um setlist com Engenheiros do Hawaii, Biquini Cavadão, Cazuza, Titãs, entre outros grandes nomes do rock anos 80.
Vespas Mandarinas
Quando o Vespas Mandarinas surgiu no palco pontualmente à 20h30, foi uma avalanche de euforia ao som de “Cobra de Vidro”, “O Vício e o Verso” e por fim, “Antes Que Você Conte até Dez”, último lançamento em parceria com o vocalista da Fresno, Lucas Silveira. Neste início, os fãs já estavam abraçados com os amigos, pulando com as mãos para o alto incansavelmente, como nos bons e velhos tempos.
“Eu to muito contente aqui com esses caras e a gente tá voltando com tudo! Essa é uma musica inédita que eu fiz com meu amigo Marcelo Yuka, e a gente dedica à ele”. O líder da banda, Thadeu Meneghini, ficou emocionado ao se lembrar do amigo e ex- baterista da banda O Rappa, que faleceu em janeiro de 2019. O single “Na Hora Em Que Eu Me Perder”, será o próximo lançamento previsto para o que vem.
Logo em seguida, o vocalista convidou Wendell para homenagear Rédson, líder da banda punk Cólera. Juntos cantaram “Um Homem Sem Qualidades”. E foi nessa hora, que os fãs puderam desenferrujar o pesçoco no bate cabeça. Ao final, eles foram extremamente aplaudidos.
A energia do punk rock dominava o Carioca Club nesse momento. Thadeu acabou arrastando a cabeça da guitarra no palco correndo e até chegou a cair no chão! Como aquelas cenas típicas que acontecem nos palcos quando o rock rola solto! Ele estava tão animado que até desceu e foi cantar “O inimigo” no meio da galera.
E foi assim o Vespas Mandarinas finalizou sua apresentação de lançamento do álbum. Um show curto, com apenas 8 músicas no repertório, mas que proporcionaram momentos intensos aos rockeiros ali presentes. A missão de aquecer o público, foi concluída com maestria.
Poucos instantes após o Vespas Madarinas deixar o palco e os rodies ajeitarem os últimos detalhes para a entrada da Plebe Rude, o canto de “Olê,Olê, Plebe, Plebe” já se alastrava em alto e bom som na pista. E nesta hora, a casa atingiu praticamente a capacidade total (permitida).
40 anos de Plebe Rude
Os aniversariantes da noite deram início à comemoração ao som de “Evolução”. Nada mais justo, afinal, esta faixa lançada em 2019 mostra sonoricamente a transformação da banda ao longo desses anos de estrada. A euforia era tamanha que além do público, o próprio Clemente se perdeu em suas próprias emoções e precisou retormar do ínicio a segunda música do setlist. “40 anos a memoria às vezes falha, vamos começar de novo” e então a roda se abriu e o mosh no centro exalou liberdade de expressão.
Apesar da faixa de estréia do show ser uma das mais recente da banda, a Plebe Rude não poupou a memória afetiva dos fãs e também mandaram um clássico atrás do outro. E nos intervalos entre os hits, contavam histórias da sua trajetória. “Lá nos anos 80 quando a gente estourou, arrumaram um contador e disseram que a gente tinha que contribuir com INSS, a gente jogou o boleto fora. A gente não vai se aponsentar nunca e muito menos pagar INSS.” – declarou Phillipe Seabra (voz/guitarra) e ainda continuou seu discurso sobre a política no nosso país. “A gente só fica triste que o Brasil não muda e eu acho um pouco cedo para liberar a máscara, quero fazer um minuto de silêncio para lembrar de todos os amigos que a gente perdeu”.
Além dos grandes sucessos como “68”, “Censura”, “Sexo e Karatê”, “Medo” e “Minha Renda” a banda resolveu apresentar uma de suas músicas inéditas. Cantaram “America” e no começo o coro estava tímido, mas logo o púlbico apredeu o refrão, deixando a banda extremamente orgulhosa de ouvir seus fãs cantando em uníssono.
Era notável a hiperatividade no palco de Clemente, que dançava em torno dos seus companheiros e conversava com os amigos que ele reconhecia na platéia! O clima era realmente de festa. Rolou até um cover de “Baba O’Rilley” do The Who!
Como um show clássico, a Plebe Rude saiu do palco para fazer aquele susprense que ninguém mais hoje em dia acredita, que seria o fim da noite. O encore ficou por conta de “Pressão Social”, “Proteção/Pátria Amada” (Inocentes) e por fim, os gritos extremamente intensos que ovacionaram a banda de punk rock nacional lendária.