A ponte que Charlie Brown Jr. criou há 30 anos segue indestrutível.

Show tributo à uma das maiores bandas do cenário nacional aconteceu neste último sábado no VIBRA São Paulo.

Dia 30 de julho foi comemorado 30 anos de história da banda Charlie Brown Jr. no VIBRA São Paulo. Uma das casas de shows históricas da capital paulistana reabriu recentemente suas portas com um novo nome e já foi palco para uma das noites mais emocionantes para a geração brasileira dos anos 90. Marcão Britto e Thiago Castanho seguem o legado do CBJR com a participação de músicos que também curtiam o som da banda e hoje, podem dar continuidade de forma que Chorão e Champignon com certeza, gostariam que acontecesse.

crédito: Giu Pera

Eles deixaram saudade, mas também deixaram frutos. E ontem mesmo, a gente pode curtir um show inesperado da banda LA GANG, que em pouco mais de um mês atrás venceu o concurso Grand Prix Autoral Brasil Kiss Fm e já subiu mais um degrau na sua carreira, que foi fazer a abertura do Tributo Charlie Brown Jr. 

“Abrir o show do CBJR já era um sonho quando a GANG foi formada em 2014. Hoje chegamos lá!” os meninos publicaram em um post de agradecimento no instagram oficial da banda. Afinal, o impossível é só questão de opinião, não é mesmo? “Parece clichê, mas abrir o show foi um dos maiores sonhos que consegui conquista na carreira musical. CBJR é a banda da minha vida (não só da minha, mas como de todos os moleques da GANG), e abrir um show dos caras, conhecê-los no camarim e viver toda essa experiência é algo que vai ficar marcado para sempre!” – declarou Johnny, vocalista da banda.

João Gonzales (Johnny) ainda deixa um recado para as bandas autorais que estão no caminho de conquistar seu espaço no cenário do rock nacional: “A mensagem é simples: fazer acontecer e correr atrás do que você acredita. Música autoral no Brasil é um caminho longo e difícil, mas cada conquista tem um sabor ainda melhor. Se você não representar seu sonho, ninguém vai fazer por você.”

30 anos de Charlie Brown Jr: Respeitando o passado e eternizando o legado.

“Respeitando o passado e eternizando o legado” foi a frase estampada em todo o merch da turnê comemorativa de três décadas de CBJR. Uma geração inteira preencheu o VIBRA São Paulo na noite de ontem para homenagear, vibrar e relembrar as nossas histórias, os dias de lutas e os dias de glória. Mas principalmente, deixar claro a mensagem principal que o Chorão escrevia na maioria das suas canções: o amor.

“A gente quer ver os caras se sorrindo lá de cima, tá ligado? Olhando pra nós aqui embaixo se divertindo, mas lembrando da história que eles construíram junto com esses caras aqui, porque ninguém faz porra nenhuma nesse mundo sozinho. Então a história desses caras não pode ser enterrada junto com as vidas que se foram, então vamos manter vivo os caras que tão aqui: Marcão, Pinguim, Heitor, Graveto, Thiago, Egypcio é nóis. Essa é a família Charlie Brown tá ligado?” – declarou Paulinho que fez uma participação especial cantando “Champanhe e Água Benta”.

Um dos momentos mais emocionantes da noite foi quando Thiago Castanho desabafou toda a sua saudade segurando a bandeira estampada com a foto do Champignon e do Chorão, e manifestou sua insatisfação de não ter a foto exibida dos amigos no telão. Os gritos, palmas e todo o barulho que os fãs fizeram neste momento em homenagem à dupla foram acompanhados de muitas lágrimas. Mas logo em seguida, a demonstração de amor pela história da banda foi intensa em um furação que se formou no meio da pista, ao som de todos os maiores hits da história do CBJR.

O show durou 2h30, onde a gente relembrou os grandes sucessos como “O Côro Vai Comê”, “Tudo o que Ela Gosta de Escutar”, “Me Encontra”, “Pontes Indestrutíveis”, “Gimme o Anel”, “Quinta-Feira”, “Te Levar Daqui”, “Zóio de Lula”, “Ela Vai Voltar”, “Senhor do Tempo”, “Tâmo aí na Atividade”, “Como Tudo Deve Ser”, “Proibida Pra Mim”, “Lutar Pelo Que é Meu”, “Só os Loucos Sabem”, “Papo Reto”, e foi finalizado com algumas canções do lado B da banda.

É bem desafiador montar um setlist que contemple 30 anos de história, ainda mais quando se tem tantos grandes sucessos na carreira. O tributo fez jus ao que o CBJR construiu, e pode dar aos fãs uma dose de cura para a saudade que segue apertada no peito. A música que o Chorão escreveu e a melodia que todos os demais integrantes criaram, formam sem dúvida, uma ponte indestrutível onde todos podem caminhar ao ouvir cada canção.

Obrigada à todos os integrantes que decidiram subir ao palco novamente pra gente ver outra vez, e ao vivo, essas músicas que continuam marcando a vida de cada um e que passam de geração à geração.

Que vocês possam continuar gritando “Charlie” pra gente dizer “Brown”.

*imagens retiradas do instragram.

crédito: GiuPera