Primavera Sound em São Paulo: Saiba como foi a primeira edição do festival no Brasil.

O festival de música que nasceu em Barcelona há 20 anos atrás trouxe nomes como Travis Scott, Lorde, Arctic Monkeys e Björk para o país.

Durante os dias 5 e 6 de novembro de 2022, São Paulo recebeu pela primeira vez o festival mais conceituado da Espanha: o Primavera Sound. Nascido em Barcelona há duas décadas, o evento promoveu a liberdade sexual e trouxe artistas no qual o brasileiro nunca pensou ser possível ver em solo nacional, além de grandes nomes do cenário internacional que fizeram seu primeiro show aqui, enquanto outros, mataram a saudade que já apertava o peito há algum tempo.

No total foram 60 artistas de apresentando sua arte no Distrito Anhembi entre sábado e domingo para aproximadamente 55 mil fãs por dia. Nos principais nomes internacionais do Primavera Sound constavam Travis Scott, Lorde, Arctic Monkeys e Björk, mas quem também reuniu uma boa parte do público do festival foram Interpol, Mitiski, Phoebe Bridgers e Japanese Breakfest.

O Diário de Shows esteve presente nos 2 dias de festival observando tudo (e curtindo também ) pra contar aqui!

Primavera Sound: Primeiro Dia.

Eu cheguei no primeiro dia do Primavera Sound Festival próximo ao horário da Björk entrar no palco. Meus amigos que chegaram mais cedo, comentaram que as filas para carregar a pulseira cashless e pegar alguma bebida ou comida estavam gigantescas e a chance de perder boa parte dos shows era certa. Como a partir dessa hora os principais shows já estavam prestes a acontecer um em seguida do outro, eu não tive a oportunidade de transitar muito pelo local e conhecer a estrutura do evento.

Confesso que me senti um pouco perdida mesmo com muitos funcionários à disposição guiando o pessoal com alto falante e algumas placas direcionando aonde estavam os palcos. A organização do festival usou praticamente o quarteirão inteiro do Sambódromo, a área do hotel, o galpão aonde já aconteceu algumas edições do Campus Party e a área verde logo ao lado também para sediar o Primavera Sound aqui em São Paulo. Apesar do tamanho considerável disponível, ele é um retângulo e os palcos tinham uma distância de quase 1km entre eles.

Sendo assim, ao final do show do Björk eu já fui em direção ao parco Beck’s para ver Interpol e decidi não me mexer de lá até o final do show do Arctic Monkeys. 

Saiba os detalhes de como foram os shows da Björk, Interpol e Arctic Monkeys neste post

Ao final, algumas pessoas permaneceram no festival para conferir o show dos últimos artistas, mas a maioria foi embora assim que Turner e sua banda também deixaram o palco. Como era de se esperar, apesar da organização ter reservado um espaço de embarque para Uber, uma legião de pessoas sentaram em meio à avenida e notamos várias telas de celular procurando um carro no aplicativo. Nós conseguimos um apenas na avenida principal.

Primavera Sound: Segundo Dia.

Por incrível que pareça eu fiquei muito cansada do primeiro dia do Primavera Sound e foi muito difícil tirar o pijama e me arrumar para o segundo dia do festival. Cheguei um pouquinho mais tarde do que eu tinha planejado mas bem mais cedo que o dia anterior. O objetivo era explorar a estrutura que a organização criou para a estreia do Primavera Sound em São Paulo, pois sou curiosa e adoro ver as ativações de marca. Afinal, o conceito de festival pra mim é além da experiência sonora dos shows.

Fiquei literalmente duas horas andando de um lado para o outro vasculhando cada canto daquele lugar. Na entrada, o público recebia um copo retornável colecionável do festival gratuito. Consegui garantir os meus 2 modelos. Vi a primeira música da banda nacional Terno Rei no Palco Primavera enquanto eu atravessava para chegar até o Palco Elo. Tinha muita gente esperando eles, inclusive. Eu não vi nenhum show do Palco Elo, mas achei bem legal que foi possível usar a arquibancada do Sambódromo para acomodar a galera.

Entre o Palco Primavera e o Elo tinham algumas ações de marca como da bala Icebreakers onde a galera ganhava uma sacola sustentável personalizada (a marca também distribuiu vários potinhos de bala durante o evento inteiro em vários locais), um pôster da Rádio 89FM promovendo o sorteio de uma caixa de som pra quem postasse uma foto criativa no Instagram, um bar especial da Schweppes e alguns food trucks. O ponto negativo dessa parte da alimentação é que não tinha lugar pra sentar e comer confortavelmente.

Na outra extremidade do Distrito Anhembi, o pessoal podia tentar a sorte de ganhar um par de tênis na ação da Vans, a Beefeater também distribuiu chapéu e squeeze para quem postasse foto nas redes sociais, enquanto a Audi exibia dois carros maravilhosos e a Beck’s promoveu algumas ações de make e cabelo além do bar exclusivo no seu stand. A Manu Gavassi, garota propaganda da marca estava fazendo fotos do lado de fora com a equipe da marca.

O galpão do Anhembi foi dividido entre o Palco Bits que tocou só eletrônico e a praça de alimentação com boas opções, mas o lugar é tão grande que me deu preguiça de andar tudo pra ver o que tinha lá. Dei uma passadinha rápida no Auditório, nesta hora a Julia Mestre estava no palco e achei o som dela interessante a ponto de fazer uma nota mental de ouvir direito no Spotify mais tarde. Quem assistiu qualquer apresentação no Auditório foi obrigado a permanecer sentado.

Por fim, me acomodei no Palco Beck’s e assisti ao show da banda Japanese Breakfeast que fez sua primeira apresentação na América do Sul. Eles foram um dos nomes mais cotados como melhor show do início do festival e conseguiram reunir um público considerável na tarde do domingo no Primavera Sound. 

Em seguida, já me acomodei para ver a Lorde no Palco Primavera. Ela era a artista que eu mais queria ver no segundo dia do festival e minhas expectativas foram devidamente alcançadas. Depois voltei para o Palco Beck’s para ver a estreia do Travis Scott no Brasil. Que espetáculo! Ele ainda convidou um fã para subir ao palco na última música e o cara tem talento, viu? Por fim, terminei minha experiência no Primavera Sound ao som de Father Jhon Misty. Pouquíssimas pessoas ficaram no último show do Palco Primavera, o que pra minha sorte, assisti o cantor e compositor americano da grade.

Os detalhes dos shows do segundo dia do Primavera Sound Festival eu conto aqui! 

Achei o Primavera Sound Festival interessante, mas não foi um amor a primeira vista como aconteceu na minha primeira vez em outros festivais. Porém, é uma ótima oportunidade para o público dessas bandas menores que geralmente não fazem show solo aqui no Brasil. Ao contrário do Lollapalooza que eu compro o ingresso sem saber o lineup, para o Primavera Sound eu prefiro na próxima edição, esperar pra decidir se vou no festival ou no show solo das bandas internacionais em outra cidade.

Depoimentos de quem esteve no Primavera Sound:

“Gostei muito de ter participado da primeira edição do Primavera Sounds no Brasil. Achei bem legal a forma como eles usaram o espaço do Anhembi, em especial a estrutura de telões do Palco Becks. Porém, pela distância entre os palcos, é preciso se organizar ou chegando cedo ou optando por ficar em um dos espaços. Não é o tipo de festival que você consegue aproveitar grande partes dos shows. Por sorte, o show do Arctic Monkeys valeu por todo o festival!  Os serviços de bebidas, caixas e banheiro estavam bem distribuídos e sinceramente foi mais fácil e cômodo chegar no Anhembi do que em outros espaços de festivais, como o Autódromo de Interlagos. Se o lineup do ano que vem valer a pena, estarei lá de novo.” – Paula Gradella.

“Eu adorei, os shows foram incríveis! Breja não estava cara (perto do que já paguei em festival), os banheiros eram ótimos e não passei perrengue em filas (nem banheiro e nem bar). Como comi um pastel (que estava bem gostoso por sinal), só peguei um pouco de fila na praça de alimentação de fora… não ia gastar uma nota pra comer algo na de dentro. O pastel tava um pouco inflacionado, mas não tem muito o que fazer né? Percebi muita gente da organização, seguranças etc. tenho a impressão que eles investiram muito nessa parte. Então achei uma boa. A ÚNICA coisa que eu achei ruim foi o espaço do lugar em si e deslocamento. Não achei a logística boa.”Letícia Duarte.

“O festival é grande, acredito que conseguiram sim fazer algo parecido com o que já tem em Barcelona.
Eu adorei os vários telões que tinham ali no palco Beck’s, mas realmente as árvores atrapalharam. Pontos positivos: transmissão dos shows do Palco Primavera no intervalo do palco Becks, distribuição dos copos, transporte para chegar no local. Souberam escutar o público, aumentaram o tempo de algumas atrações, colocaram a Liniker no lugar na Gal (perfeita), divulgação do preço antes do evento. Pontos negativos: com exceção do show da Liniker, as outras transmissões demorava para ficar com som, a da Bjork ficou sem som várias vezes por exemplo. No palco Beck’s é banheiro químico, não vi bebedouro ali e fica tudo muito longe. Loja oficial só tinha itens de algumas atrações (não tinha nada do Interpol). A distância do Palco Beck’s até a saída é gigante, não tinha sinalização para saída, eu e uma galera na hora de tentar ir embora acabou indo para outros palcos sem querer. Os horários do Primavera na Cidade no Brasil não foram bons (na Argentina vai terminar mais cedo). Quem tinha passaporte não conseguiu ingresso para primavera na cidade. No total eu dou uma nota 7.5/10. Foi um bom começo e espero que o festival tenha outras edições.” – Lilian Alipio.

“Me surpreendi muito com a estrutura, tamanhos dos palcos, telões e som. Mas achei que o anhembi deixa a desejar um pouco na locomoção. Também achei que faltou uma ambientação a mais pro festival, deixar o local mais acolhedor…De resto tudo positivo! Pegar bebida, carregar pulseiras.” – Silas Lavrinha