Série “Mozart in the Jungle” retrata os desafios, a lúxuria e o amor que envolvem a vida dos músicos profissionais de uma orquestra.

A história tem apenas 4 temporadas disponíveis na Amazon Prime.

A série exibida na Amazon Prime, “Mozart in the Jungle”, retrata durante suas 4 temporadas com episódios de até 30min, todo o universo que envolvem a vida de um músico profissional da orquestra sinfônica. Seus dramas, suas paixões e toda a intensidade da arte que se mistura à correria do dia-a-dia.

Inspirada no livro “Mozart na selva: Sexo, Drogas e Música Clássica!” (2005), da oboísta Blair Tindall, onde a musicista e escritora expõe como foram sua experiência durante sua carreira profissional em Nova York, a história da série é envolvente para os amantes de música e os personagens são capazes de te cativar a cada episódio.

O começo da trama retrata a história de Hailey Rutlege, uma jovem aspirante à oboísta que leva a vida como professora de música, enquanto busca uma oportunidade de fazer parte do casting da Orquestra Filarmônica de Nova York. Em paralelo, a administração da Orquestra está lidando com a aposentadoria do maestro Thomas Pembrige e a nova liderança completamente revolucionária do maestro Rodrigo de Souza.

Hailey quase conquista logo de cara o seu sonho, mas por uma obra do destino, ela infelizmente chega à audição atrasada. A “sorte” foi que após a última apresentação, o maestro Rodrigo de Souza está ao amassos com sua secretária em meio à plateia e ele escuta o talento e a paixão da oboísta, que mesmo perdendo a chance de se apresentar, sentou e mostrou seu talento no palco.

Rodrigo então resolve convidar Hailey para ser sua nova secretária, prometendo ensinar a ela tudo o que fosse necessário para entrar na Orquestra e realizar seu sonho. Mas nem tudo são flores, Hailey até conquistou os ouvidos do maestro mas para ser reconhecida, precisa conquistar o respeito dos outros integrantes da Orquestra.

 Durante a primeira temporada, a oboísta se divide entre as tarefas de professora, secretária, um relacionamento com um dançarino carente, mas sua maior meta é se tornar digna do respeito da primeira oboísta Betty, que não perde a chance de humilhar a jovem musicista. Enquanto isso, Rodrigo faz sua Orquestra vivenciar experiências fora do comum levando os investidores e a administração à loucura.

Atrás das cortinas, as histórias contadas são de ganhar regalias por meio do prazer sexual. Fazer o que for necessário para garantir o melhor lugar sempre. Tudo claro, de forma extremamente artística, sensual e apaixonante. Assim como na maioria das sinfonias, a intensidade tem lugar e hora certa para acontecer.

É claro que, com o passar do tempo, Hailey o mastro Rodrigo acabam se envolvendo emocionalmente, porém, de forma não tão convencional. Afinal, o que importa é apenas aquele momento, como se cada acontecimento fosse uma peça a ser tocada com toda integridade.

Neste momento, o drama da jovem oboísta que tenta conquistar seu lugar na orquestra chega ao fim. Finalmente ela acompanha Betty, mas em uma das incertezas do seu relacionamento com Rodrigo, Hailey decide sair em turnê com outro músico, e enquanto isso, Rodrigo atende ao pedido de uma cantora lírica e vai até a Itália conduzir a apresentação.

Como era de se esperar, Rodrigo e a cantora acabam tendo relações extraprofissionais acaloradas e por uma obra do destino, Hailey está na mesma cidade que o maestro. Neste momento, eles voltam a ser uma dupla, a cantora lírica se inspira em Hailay para atuar no palco e a apresentação se torna um sucesso de bilheteria.

Enquanto isso, a Orquestra Sinfônica de Nova York está em greve. Todos os integrantes seguem procurando diversas alternativas para continuar trabalhando. Um impasse é formado na diretoria sobre os benefícios concedidos aos músicos versus os interesses dos investidores e administração. Os músicos procuram Rodrigo que se esquiva constantemente até que alguns integrantes da administração vão pessoalmente até ele.

“Porque todos ao meu redor são tão dramáticos”, diz o maestro se jogando no chão como uma criança de 5 anos. Rodrigo é constantemente inserido em diversos problemas durante a série, de forma até que ingênua. É nítido a pureza no coração do latino e o desapego aos bens materiais, em contrapartida, o seu apego à música que faz sua vida ter sentido.

Já no fim da terceira temporada de “Mozart in the Jungle”, a oboísta descobre uma nova paixão: a regência. Hailey decide se tornar maestrina e claro, essa trajetória não é nem de perto, harmoniosa. Ela recebe o convite para participar de uma das maiores competições do mundo e consegue conquistar uma das pouquíssimas vagas na final. Ela resolve então, pedir orientação ao namorado, mas o resultado dessa parceria é de longe satisfatória.

A série é finalizada com o drama no relacionamento entre a musicista e o maestro. Ele sofre, pelo fato de Hailey, após perder a competição, desistir do relacionamento. Rodrigo diz que ela jamais será uma ótima maestrina ou mesmo oboísta, porque ela dá ouvidos a todos ao seu redor menos para ela mesma. “Toque com o sangue”, a frase mais dita pelo maestro é gritada na face da jovem, que aos prantos retruca que sim, ela toca com toda a paixão que há nela.

O último episódio fecha a história com o maestro entregando por meio de uma carta, seu lugar à frente da apresentação da Orquestra Sinfônica de Nova York ao seu amor. Hailey então conduz seus colegas de trabalho, com literalmente, total maestria e sangue, demonstrando toda a segurança inexistente durante toda a temporada até então.

Em 2018, a série “Mozart in the Jungle” foi cancelada. Os produtores executivos soltaram uma nota dizendo:

“Estamos muito orgulhosos das quatro temporadas que fizemos e somos muito gratos aos atores, equipe e Amazon por escrever esta sinfonia conosco. Esperamos que as pessoas continuem assistindo esta série por muitos anos”.  

Como fã de música e apaixonada por clássico, confesso que gostaria muito da continuação. Até porque o fim nem foi tão conclusivo. Mas mesmo assim, vale a pena assistir!