João Rock une todas as tribos em festival exaltando a diversidade e cultura street

O evento aconteceu neste sábado (03) em Ribeirão Preto e alcançou um público de aproximadamente 70 mil pessoas

Na edição comemorativa de 20 anos, o festival João Rock apostou em artistas clássicos do rock e da MPB, mesclados com a nova geração da música. No mês da diversidade, o tema foi presente em quase todos os shows apresentados durante este sábado (03), em Ribeirão Preto. 

Como a maioria dos grandes festivais, o João Rock possui muitos palcos com apresentações simultâneas. Esta edição apresentou 30 atrações que se dividiram em 4 palcos, tornando impossível acompanhar todos os shows e as demais atrações disponíveis em apenas um dia. 

Pela primeira vez em 20 anos de história, o festival João Rock contou com a batalha de MC’s. A rodada final teve a participação dos MCs paulistas Maria e Brennuz, além dos cariocas Devilzinha e Neo. Os participantes foram selecionados através de um processo que envolveu oito nomeações do BDA (Batalha de Arte) e oito do João Rock e quem levou a melhor neste sábado, foi o MC Neo com seus versos poderosos e presença de palco dominante emocionaram os fãs. 

O vencedor enfatizou a importância de um festival como o João Rock para fortalecer e dar maior representatividade ao movimento rap, que vem se tornando cada vez mais popular e descentralizado, estendendo-se “para além das ruas”.

Após a batalha de MC’s as funkeiras do Hyperanhas aqueciam o Palco Aquarela enquanto o ícone do MPB Tom Zé fazia o público dançar no Palco Brasil Lendas Vol. 1. Como o próprio nome já entrega, esse palco foi dedicado a reunir os maiores clássicos da MPB, por onde passaram os Mutantes, seguidos pela hipnose comandada por Zé Ramalho, que interage pouco com o público mantendo o foco na sempre impecável música, o romântico pernambucano Alceu Valença e encerrando com o muito aplaudido Gilberto Gil. A curadoria do Palco Lendas se mostrou acertada, e a música brasileira foi devidamente homenageada. 

De volta ao Palco Aquarela, Marina Sena entregou um show morno, mas consistente.

A artista que estourou o hit Por Supuesto tem sofrido críticas ao longo da carreira por conta do timbre peculiar da sua voz, que acabou virando meme na internet depois que trechos onde a artista desafinava na apresentação do festival Lollapalooza foram divulgados. Goste ou não, ela demonstra muito conhecimento do estilo peculiar que se propõe a fazer, carregando uma legião de fãs.

Silenciosamente, o Capital Inicial assumiu sua posição no Palco João Rock. Os veteranos de Brasília pouco inovam no setlist, apresentando o mesmo show com pouca ou nenhuma alteração ao longo dos anos. Essa decisão pouco importa, porque a multidão de fãs que os acompanham está sempre animada, pulando e cantando. Com clássicos como Depois da Meia-noite, Natasha e À Sua Maneira,  o Capital Inicial merecia mais tempo de apresentação.

Às 17h50, a cantora mais esperada do festival, Pitty, foi recebida com gritos de “Pitty, eu te amo”.  Em turnê comemorando 20 anos do álbum Admirável Chip Novo, a baiana emocionou a todos com seus clássicos e com o discurso exaltando a diversidade no evento e das mulheres na música, finalizando com o cover de Ovelha Negra em uma linda homenagem à rainha Rita Lee, falecida em 8 de maio de 2023.

Crédito: Pridia - @pridiabr)
Crédito: Pridia – @pridiabr)

Na sequência, Ira e BaianaSystem esquentaram o público para as atrações seguintes.

Assistir o CPM 22 é sempre uma emoção. Outra figurinha carimbada nos festivais do Brasil, os meninos do harcore prometeram um álbum novo ainda em 2023. Com um setlist longo e acelerado e aos gritos de “UH é cepeême”, Badauí e companhia entoaram clássicos como Regina, Let’s Go, Irreversível e Um Minuto para o Fim do Mundo. Rolou até um trecho de Caught In A Mosh, da banda de thrash metal Anthrax

Emicida e Planet Hemp finalizaram os trabalhos de abertura do Palco João Rock para as atrações principais: Filipe Ret e L7nnon. Usando muita pirotecnia, os rappers entregaram um show muito enérgico para um público que já se mostrava cansado.

Como todo grande festival, o João Rock também investiu em outras atrações não musicais, como diversas ativações com prêmios dos patrocinadores, brinquedos como roda-gigante e tirolesa e uma rampa de skate. Encerrou consagrado como um marco na trajetória dos artistas brasileiros e prometendo uma edição ainda melhor em 2024.