GPWeek: Kendrick Lamar, Halsey, Machine Gun Kelly e Swedish House Mafia foram as principais atrações da segunda edição do festival

O evento aconteceu neste último final de semana em São Paulo no Allianz Parque com público bem abaixo do esperado

Durante os dias 04 e 05 de novembro, o Allianz Parque recebeu a segunda edição do festival GPWeek onde trouxe atrações como o rapper Kendrick Lamar, o pop rock da Halsey e Machine Gun Kelly, além do retorno do trio eletrônico Swedish House Mafia como principais atrações do evento ligado ao Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1, que aconteceu simultaneamente no Autódromo de Interlagos na capital paulista. 

O primeiro dia do festival chamou a atenção devido à quantidade de público presente bem abaixo do esperado, mesmo trazendo nomes que geraram enorme alvoroço nos fãs brasileiros meses atrás quando foram anunciados. Machine Gun Kelly movimentou um público bem considerável em sua estreia brasileira na última edição do Lollapalooza, enquanto a Halsey também teve sucesso de vendas em sua apresentação no Espaço Unimed há 4 anos atrás. A internet ficou enlouquecida com o retorno após mais de uma década do Swedish House Mafia, que durante todo o dia, foi o show em que mais teve adesão de público. Este foi um cenário extremamente diferente da primeira edição do GPWeek, mesmo com as ações da produtora realizando a distribuição de ingressos com parceiros do festival e redução dos valores dos ingressos.

MGK GPWeek

Nesta edição o GPWeek 2023 contou com o show de abertura do cantor Hodari, nome em ascensão no cenário nacional onde ele transitou do gênero trap ao rock alternativo, o tipo de gosto musical que englobou esta edição do festival. Em seguida, esbanjando simpatia, o cantor Jaden Hossler subiu ao palco usando uma camiseta do Brasil e conquistou o público com seu som, na tarde do sábado (04).

Minutos antes da próxima atração, a atriz norte-americana Megan Fox chamou a atenção de quem estava no setor Padock e na grade da Pista Premium ao chegar com seu segurança para ver o show do Machine Gun Kelly. Claro que ela ficou acomodada em um setor exclusivo e em diversas tentativas de registros dos fãs, seu segurança evitava ao máximo apontando uma lanterna de luz verde diretamente nos “curiosos” (eu consegui quando ele virou de costas haha).

Megan Fox GPWeek

O show do MGK (Machine Gun Kelly) foi protocolar. O cantor provocou seu público, abriu um bate-cabeça na Padock, cantou seus maiores hits da sua nova fase pop-punk mas sem deixar de lado seu gosto pelo rap e arrancou gritos apaixonados dos seus fãs, principalmente no momento em que ele desceu do palco e foi até sua noiva, atravessando o público inteiro.

Com uma atitude poderosa, a cantora Halsey surgiu no palco do Allianz Parque no começo da noite e impressionou ao público pela sua performance tão fidedigna às gravações, mostrando que realmente domina a arte de cantar. Nos intervalos entre as canções, ela exaltou o público brasileiro dizendo que sua apresentação há 4 anos atrás foi um dos mais marcantes da sua carreira e não esperava menos desta noite também. Passando pelos seus primeiros singles até faixas do último álbum, Halsey deixou um palco do GPWeek de forma inebriante. 

Halsey Gpweek

Quem fechou a primeira noite do festival foi o trio Swedish House Mafia, que reuniu a maior parte do público no Allianz Parque e promoveu uma enorme festa com seus mixes de house music e muitos efeitos de luzes, além é claro, dos fogos de artifício e fumaças.  

Já no domingo, apesar de ao mesmo tempo em São Paulo estar acontecendo a primeira fase do ENEM, muitos jovens compareceram para exaltar Kendrick Lamar. A capacidade do Allianz Parque no segundo dia foi visivelmente mais preenchida desde cedo, durante os shows da Tasha e Tracie e da gloriosa IZA. A tarde ensolarada acrescentou uma boa dose de alegria na apresentação da dupla norte-americana Sofi Tukker. Eles criaram um palco extremamente colorido e os bailarinos da banda ao lado de Sofi e Tukker fizeram o público brasileiro se divertir. A dupla criou uma competição entre Brasil versus Estados Unidos para descobrir quem era o público mais engajado, ao final de cada música eles decidiam quantos pontos os brasileiros ganhavam. Sofi fala português e fez questão de conversar com os fãs em nossa língua nativa, fazendo diversas declarações sobre o quanto ama este país. Inclusive, a dupla também convidou duas cantoras brasileiras para uma bela apresentação da faixa “Veneno”.

Sofitukker GPWeek

Aquecendo o público para o último show da noite, Thundercat se apresentou antes do amigo pessoal (e profissional, já que é o baixista do “To Pimp a Butterfly”, do KL) emendando jams instrumentais ao lado de um baterista e tecladista. Durante todo o show, grande parte morno, agradeceu à plateia, dizendo que estava muito feliz por estar tocando no Brasil. “Todos os meus músicos favoritos são brasileiros”, disse. Seu som traz influências do Jazz e R&B, com bastante melodismo e hits mais instrumentais do que propriamente cantados.

O músico também não deixou de homenagear Aaron Spears, que morreu em outubro, e tocou com artistas como Usher, Ariana Grande e Britney Spears. No entanto, o show pareceu não ter agradado muito a plateia, isso porque o som do Thundercat é algo mais lento, intimista, com aspectos que provavelmente seriam muito melhor apreciados e contemplados em um local fechado, ao invés de um estádio. Era como se a informação chegasse confusa nos ouvidos. O ponto alto do seu show, definitivamente, foi quando ele tocou “Them Changes”, hit que ficou famoso na rede social Tik Tok. Certo momento, ele brincou que queria ver uma roda de “bate-cabeça”. “Estou brincando, agora não, pelo menos”.

Já o headliner da noite, Kendrick Lamar, reforçou seu nome com um show que passeou por hits de toda a sua carreira e que, esse sim, formou rodas de bate-cabeça. Dono de mais de 40 indicações ao Grammy (tendo conquistado 17 vezes) e um prêmio Pulitizer, o rapper abriu o show com o hit “N95”, do álbum “Mr. Morale & The Big Steppers”, arrancando gritos e aplausos de um Allianz Parque bem mais cheio que o headliner do dia anterior. A apresentação foi minimalista, com Kendrick sozinho no palco – a banda estava “escondida” atrás do telão – e com seus dançarinos que apareciam em algumas músicas em meio a obras de arte exibidas no telão e luzes performáticas.

Para o Brasil, foi trazida uma versão reduzida da turnê “The Big Steppers” e a noite se tornou ainda mais especial quando Kendrick resolveu pegar o vinil do álbum “To Pimp a Butterfly” de um fã na plateia para autografar, antes de convidar Thundercat para subir ao palco. “Eu não poderia ter feito esse álbum sem meu irmão, Thundercat” disse, em meio à abraços ao músico.

Além do trabalho mais recente, grande parte da setlist abrange o álbum “DAMN”, com “ELEMENT”, “LOYALTY” (em parceria com a Rihanna), “DNA”, “HUMBLE” E “LOVE”, essa última mais lenta e tão especial quanto as demais, em meio às lanternas de celular acesas no estádio. Os clássicos “A.D.H.D”, “King Kunta”, “Backseat Freestyle”, “Bitch, Don’t Kill My Vibe” também estiveram presentes, assim como “Money Trees”, cantada em um coro emocionante enquanto o estádio vibrava em uma energia que só quem viu o show do seu artista favorito já sentiu. Foi uma forma lindíssima e super grandiosa de fechar a segunda edição do GPWeek, ainda mais com “Alright” por último no setlist. Que noite!

Créditos: 30E // Stephan Solon