Gojira e Mastodon: saiba como foi a passagem dos gigantes pelo Brasil

Imagens: Stephan Sollon / Divulgação

Apresentação aconteceu no Espaço Unimed em 14 de novembro. Cada banda apresentou seu set completo.

O show do Gojira e do Mastodon em São Paulo, pela turnê “The Mega Monsters Tour”, proporcionou uma experiência sonora intensa e cativante. Ambas as bandas, após oito anos sem se apresentarem na cidade, conquistaram um público fervoroso no Espaço Unimed. A energia do evento foi palpável, apesar do desafio do calor intenso que incomodou muitos espectadores na lotada casa de shows.

A atmosfera pulsante foi acentuada pela presença marcante do Mastodon, que, ao divulgar o poderoso álbum Hushed and Grim, demonstrou uma maestria musical única. A interação entre as músicas e a resposta entusiástica da plateia criaram um ambiente vibrante, destacando o talento e a paixão de ambas as bandas.

O Mastodon subiu ao palco pontualmente às 20h20 e o som estava incrivelmente alto desde a primeira música. A performance excepcional da banda cativou desde o início, começando com a impactante “Pain with an Anchor” seguida pela clássica “Crystal Skull”. O público expressou seu entusiasmo através de cantos e gritos, demonstrando grande apreciação pela banda, que entregou uma atuação impressionante.O trabalho poderoso das guitarras em “Sultan’s Curse” elevou ainda mais o ânimo da plateia, que aplaudiu vigorosamente, culminando em um clímax musical durante as notas intensas de “Bladecatcher”.

O espetáculo teve a sensação de ser uma compilação de músicas menos conhecidas do Mastodon, com muitos dos grandes sucessos da banda sendo deixados de lado. Um presente para os fãs mais apaixonados que, somado ao fato da banda não vir ao Brasil há muito tempo, puderam se deliciar com essas músicas esquecidas no repertório. “Black Tongue”, um dos destaques do álbum “The Hunter”, veio para igualar essa situação com os que só conhecem as clássicas. Durante essa música, o público entoou o refrão com entusiasmo, acompanhando Troy Sanders no solo com um coro vibrante.

O Mastodon conta com o brasileiro João “Rasta” Nogueira nos teclados. Se autodenominando como “mais um brasileiro no rolê aleatório”, Rasta empunhou com orgulho a bandeira do seu estado, Pernambuco. No final da apresentação, ele desceu até a pista e tirou fotos com os fãs. Nesse corte do canal Ibagens Cast, o Rasta contou como começou a trabalhar com a banda.

Não sabíamos o tamanho real das bandas em São Paulo, porque a última apresentação das duas na cidade ocorreu em 2015 como sideshows do Rock In Rio, com o Mastodon abrindo para o Slipknot e o Gojira tocando para um público 10x menor em outra casa de shows. Essa dúvida foi respondida ao longo da apresentação, quase esgotada.

Quando o Gojira subiu no palco em uma contagem regressiva de 180 segundos, foi como se o inferno tivesse subido à terra. 

É o mesmo show que vimos no Rock in Rio em 2022, com algumas músicas a mais por agora ser com a produção completa. Não enjoa, não cansa,se fosse repetido por mais 10 noites a satisfação seria a mesma.

Iniciando com a ótima “Born for One Thing”, do álbum Fortitude (2022) e as pesadas “Backbone” e “Stranded”, a banda diminuiu o ritmo com a introdução de “Flying Whales”. O descanso durou pouco, porque a música tem simplesmente um dos melhores breakdowns do metal e o que vimos na sequência foi um amontoado de gente maluca pulando. A banda usa bastante o recurso do telão com animações, como observado na música “Another World”.

O Gojira abusa dos harmônicos, o que já virou sua marca registrada. A banda também é conhecida pelas letras de ativismo ambiental, podendo ser observada bem diretamente na música “Amazonia”, que denuncia as queimadas na floresta e conta com influência direta do Sepultura e alguns ritmos brasileiros.  

Embora o Espaço Unimed tenha apresentado desafios com o calor excessivo, que é o recorde de reclamações, o público persistiu e mergulhou na experiência musical envolvente oferecida pelas duas bandas. Foi uma noite memorável que reafirmou a relevância e o impacto dessas duas potências do metal ao vivo, mostrando porque a turnê ganhou esse nome.