Deafheaven reuniu seus fãs em uma apresentação visceral no último domingo em São Paulo

deafheaven fabrique club são paulo

A banda retornou ao país após 7 anos para um único e inesquecível show

O fim de tarde cinzento do dia 12 de março foi o cenário perfeito para o único show da banda americana Deafheaven, na Fabrique Club, em São Paulo. Pouco antes das 18h, muitos fãs ser reuniram na porta da casa de shows, com a ansiedade à flor da pele por aguardar durante 7 anos o retorno da banda, misturado com uma bela dose melancolia e sofrimento. Sentimentos estes no qual o vocalista George Clarke sempre conseguiu extrair dos seus seguidores por meio das suas músicas estridentes. 

Apesar do comportamento padrão em shows, do público só entrar no evento no exato momento em que sua banda preferida está prestes a subir no palco, grande parte dos fãs de Deafheaven resolveram conferir a apresentação do grupo curitibano Terraplana, que foi convidado pela Powerline em parceira com a Balaclava Records para garantir o show de abertura.

O que foi uma ótima escolha, já que o show da banda nacional criou uma atmosfera capaz de realmente ir preparando cada um emocionalmente para o que estava por vir, além de conquistar novos fãs que ainda não conheciam o som e talento do quarteto. Com um ambiente intimista, onde só era possível ver a silhueta dos integrantes da Terraplana, o grupo fez um show de aproximadamente 30min com seus principais hits que carregam forte influência da banda responsável pelo show principal daquela noite e agradeceu a todos por estarem ali prestigiando o seu trabalho. 

O blackgaze do Deafheaven

Deafheaven é uma banda peculiar e particular, eu diria. Seu estilo de música que mistura diversos gêneros como shoegaze, indie, dream pop e black metal, atrai um nicho muito específico de fã Em uma primeira impressão é realmente impactante, ou você se apaixona a primeira vista ou descarta. O público reunido no Fabrique Club no domingo (12), tinha algo intrínseco em comum – uma dor que precisa ser extraída do peito. E é este o papel do frontman George Clark, que ao subir no palco externalizou gritos completamente estridentes, expressou caretas intensas e chacoalhou sua cabeça como se não houvesse um osso resistente para segurar. Ao lado dos seus companheiros de banda e de seu público, que contribuiu com todo a capacidade pulmonar existente, ele promoveu um show visceral e impactante. 

O choro foi livre durante o show do Deafheaven. Se não era de emoção por ver de tão perto a banda favorita, era porque as músicas traduziam emoções contidas, mesmo com sua letra quase imperceptível – que segundos os fãs “no primeiro momento você não entende nada mesmo, mas depois de ouvir algumas vezes fica muito claro a letra”. Com um telão psicodélico ao fundo, o vocalista se curvava em direção ao seu público que passou toda a apresentação se relacionando com ele de forma devota. 

A banda estadunidense apresentou um setlist curto e eficiente, que promoveu diversas vezes rodas gigantes de bate-cabeça e que deixou o lastro de cheiro de suor pairando no ar dos poucos metros cúbicos do Fabrique Club. Ao som dos principais hits do Deafheaven, quem era fã de verdade lavou a alma neste único show da banda no país. 

“Foi um show no MÍNIMO carregado de emoção! Tu vê que o cara ta no palco ali se entregando, dando tudo o que ele tem e em retorno, você não tem escolha a não ser fazer o mesmo. Foi catártico e visceral”. – declarou o nosso fotografo e fã assíduo de Deafheaven, Rafael Andrade.

deafheaven fabrique club são paulo

Confira o setlist completo do único show do Deafheaven no Brasil:

  1. Black Brick
  2. Irresistible
  3. Sunbather
  4. Shellstar
  5. In Blur
  6. Great Mass of Color
  7. Canary Yellow
  8. Mombasa

                      Encore

  1. Brought to the Water
  2. Dream House