O quinto evento do festival vai além da música insinuante do Vintage Culture e entrega uma experiência única.
Ambicioso. Esse é o melhor termo para descrever o projeto do “Vintage is a Festival” que começou em Abril em Brasília e depois de passar pelo RJ, POA e BH se encerrou no dia 9 de Dezembro em São Paulo.
O DJ Lukas Ruiz (O Vintage), conta com mais de 7 milhões de ouvintes mensais na sua página do Spotify mas sempre fica a dúvida: será que a popularidade do digital vai se traduzir em presença num festival projetado para mais de 20 mil pessoas?
A resposta, já esperada diga-se de passagem, é que sim e ainda ficou um gostinho de quero mais.
Sold Out
Há três dias do festival, a página do Instagram do VIAF indicava que já não havia mais ingressos disponíveis e eles não estavam mentindo. Ao chegar no local os “culturistas” depararam-se com uma fila virando o quarteirão e um tempo de espera que podia durar até 40 minutos para conseguir entrar.
Isso não diminuiu o ânimo do público e os atrasados foram ajudados já que o próprio Vintage também deu uma atrasadinha para começar seu set. Isso não é uma reclamação, já que cá entre nós, qual foi o último show que você foi que o artista principal se propôs a tocar durante 12 horas seguidas?
Rei dos Long Sets
Para quem não acompanha o Vintage pode parecer um absurdo ele tocar 12 horas seguidas, porém isso não é novidade e não foi a primeira vez e nem será a última que ele fará essa epopeia.
Inclusive, fica nítida a evolução dele em como construir meticulosamente um set que faz com que as horas passem sem a plateia nem perceber que ficou metade de um dia inteiro em pé, dançando, pulando e cantando. O cara é um verdadeiro maestro nesse sentido, mas ao invés de controlar tudo com uma batuta ele comanda o palco com suas pickups.
Claro que a bebida e os energéticos também ajudam a manter a vibe lá em cima.
Festival é uma experiência
Cansamos de ouvir esse clichê que todo festival vende de que não é apenas sobre a música, mas sobre providenciar uma experiência.
Nesse caso, foi um alívio perceber que realmente a produção do evento pensou em toda a jornada do público e, ao contrário de alguns festivais que claramente priorizaram VIPs e marcas (cough cough The Town) o VIAF conseguiu unir música, arte, publicidade e conforto em uma experiência inesquecível para quem ficou das 20:00 até 10:00 da manhã.
O festival espalhou diversas instalações artísticas que faziam alusão a diferentes momentos/músicas da carreira do Vintage e o espaço farto com boa distribuição de bares e comida fez com que não tivesse perrengue nesse sentido.
O destaque ficou por conta dos 3 palcos, cada um com um formato diferente:
- uma torre que parecia um panóptico, mas claro, um panóptico do bem nesse caso;
- o mainstage que contava com um telão gigante dividido em três que divertiu os fãs com uma variedade enorme de imagens durante toda a performance (teve até cenas do jogo do Mario);
- e o afterstage que contava com um efeito de estrobos dando a impressão de tudo ficar um pouco mais lento.
Isso sem contar o show de drones que a cada novo formato ou frase formada delirava os fãs, que já estavam completamente hipnotizados pelos lasers, luzes e música.
Conversei com um desses fãs, o Leandro, que estava com uma máscara de alienígena e ele descreveu bem o sentimento de quem foi no VIAF: “Cara, depois desse show fiquei ainda mais fã do Vintage, muito orgulho de ter ele como Brasileiro”.
Promised Land 2024
Essa era a frase exibida no mainstage antes do show começar e depois reforçada pelo espetáculo de drones e parece ser um teaser pelo o que está por vir no ano que vem.
Como publicitário, é impossível não imaginar o potencial da plataforma que o Vintage criou, não apenas para aumentar a visibilidade da marca dele, mas também tornar-se algo maior que seu criador. Quem sabe o VIAF não se transforma no próximo festival anual, trazendo outros nomes e revelando novos artistas para os brasileiros.
Qual ou o que será a terra prometida? Vamos descobrir em 2024.