O Allianz Parque foi palco para a End of Road Tour e fecha o mês de Abril com chave de ouro.
Despedidas nunca são fáceis e a esperança é a última que morre. Se eu puder definir o sentimento que pairou no ar dentro do Allianz Parque após a última turnê do KISS em São Paulo, eu uso esses dois ditados populares. A mistura de sentimentos durante aproximadamente 2 horas de espetáculo, da maior banda de hard rock da história neste último sábado (30), envolvia ansiedade, frenesi, nostalgia e admiração.
Foi uma alegria voltar a frequentar um dos palcos onde vimos shows incríveis que marcaram nossas vidas, depois desse hiato, devido à pandemia. Encontrar os amigos pra curtir a banda que a gente tanto ama foi como chegar num parque de diversões. Todo mundo estava extremamente animado para ver o KISS, mas ao mesmo tempo, questionavam se este era mesmo o fim. “Se for realmente o último show, meu muito obrigado. Mas eu espero que não seja” – ouvi dizer enquanto andava pela pista premium.
A organização preparou uma surpresa para a banda. Eles distribuíram máscaras para o público usar assim que o KISS entrasse no palco, mas na verdade, nem foi tão necessário. Os fãs do lado de fora já se organizaram e tinham pequenos estúdios de maquiagem funcionando. Dentro do Allianz também era possível se produzir como a banda. Adultos, jovens e crianças homenagearam os astros do rock com suas maquiagens preferidas.
KISS: End of Road Tour
Quando o relógio marcou 21h e as luzes do Allianz Parque se apagaram, a banda fez sua introdução dizendo: “Vocês querem o melhor? Vocês terão o melhor. A banda mais quente do mundo: KIIIIIISSSSSSSSS.” O arrepio que subiu a espinha não dá pra descrever. Então, no telão apareceu a imagem dos quatro integrantes caminhando em direção ao palco, quando a cortina caiu e eles desceram do teto ao chão em meio ao fogo, o público foi à loucura ao som de “Detroit Rock City” (óbvio, eu sei mas emocionante). Eu não tava acreditando no que meus olhos estavam vendo, porque assim como diversas outras bandas lendárias que não passam pelo Brasil há anos, eu não imaginava que um dia eu veria o KISS ao vivo. Talvez tenha sida a única oportunidade, mas tudo bem, foi inesquecível.
Gene Simmons, Paul Stanley, Tommy Thayer e Eric Singer demonstraram o significado de “Vida longa ao Rock’n Roll” aos 65 mil fãs presentes naquela noite. Gene cuspiu “sangue” em “God of Thunder”, o baterista foi elevado no solo de bateria e ainda tirou onda com a galera, usando uma toalha secando as mãos enquanto seus pés estavam frenéticos na percussão! Paul disse que era ótimo estar no palco mas ele queria mesmo era estar com a gente, então ele voou em cima da pista e cantou “I Was Made For Lovin’ You” no centro do estádio.
Durante os maiores clássicos do KISS como “Shout it Out Loud”, “Deuce”, “War Machine”, “Heaven’s on Fire”, “I Love it Loud”, eu pude observar pessoas pulando incansavelmente, enquanto outros tinham os olhares admirados em direção ao palco. O coro estava super afinado em “Say Yeah” e um dos momentos mais emocionantes foi quando Singer saiu da bateria e tocou “Beth” no piano. E em meio a tudo isso, o trio Gene, Paul e Tommy esbanjavam vitalidade com suas dancinhas e os respectivos instrumentos, no auge dos seus praticamente 50 anos só de carreira. Realmente me questionei se a Beyoncé aguentaria aquele figurino todo como a banda declarou recentemente (rs).
Paul como um frontman de respeito, interagia incansavelmente com o público e até com o grilo que pousou em seu microfone. “Olá, qual o seu nome?” e quando o inseto deu um pulinho ele ainda pediu desculpas. Além da solicitação de gritos histéricos dos fãs, ele perguntou se a gente amava ele. Apenas um charme para dar início aos primeiros acordes de “Do You Love Me?”. E como era de se esperar, a chuva de papel picado caiu enquanto a banda fechou o espetáculo ao som de “Rock and Roll All Nite” e Paul quebrou sua guitarra tacando ela no chão, como o bom e velho espírito rockeiro dos anos 70. Antes de sair ele perguntou “São Paulo, vocês se divertiram?” e bateu no peito dizendo que amava a gente.
“Good Bye!” – Paul Stanley.
Setlist completo:
- Detroit Rock City
- Shout It Out Loud
- Deuce
- War Machine
- Heaven’s on Fire
- I Love It Loud
- Say Yeah
- Cold Gin
- Lick It Up
- Calling Dr. Love
- Tears Are Falling
- Psycho Circus
- 100,000 Years
- God of Thunder
- Love Gun
- I Was Made for Lovin’ You
- Black Diamond
- Encore:
- Beth
- Do You Love Me
- Rock and Roll All Nite
“O show do KISS sempre foi promovido como o maior espetáculo da Terra, e ontem não deixou a desejar! Incrível como esses caras, em especial Paul Stanley que tem mais de 70 anos, ainda conseguem entregar uma ótima apresentação, em um clima de celebração à carreira da banda.” – Emerson Amaral
“Esse show foi inesquecível!” – Anne Carolinne
“Eu estava perto do palco e foi sensacional, eles são rockstar mesmo, tipo, não tem como comparar outras bandas, eles estão em um nível diferente” – Elvis Domingues