A banda já conta com um EP e acabou de lançar mais um trabalho chamado “Ensaio para Morrer part. Giancarlo Boniolo” então, eu resolvi bater um papo com meu amigo Vinícius Alvino para conhecer melhor o projeto da REzA.
Eu conheci o Vini no conservatório de música no qual estudamos juntos em 2017, e como ele sabe o quanto eu curto rock, resolveu me mostrar as músicas que ele está desenvolvendo com um grupo de amigos. Ele contou que todos os quatro integrantes vieram de projetos paralelos, e decorrente de uma amizade virtual, encontros em shows e troca de experiências musicais, ele e o atual vocalista Bruno Schaper resolveram se unir e fazer um som deles. O início da REzA foi ano passado, eles produziram uma música em estúdio mas ela não chegou a entrar no EP.
Formada por Bruno Schaper (Vocal), Vinicius Alvino (Guitarra), Bruno Gasparin (Baixo) e Elber M. Rock (Bateria), eles trazem um som com influências de post-hardcore, emocore, mathrock e música brasileira. Segundo o Vini ” O senso comum da REzA que posso afirmar são as bandas At The Drive In, Poly-Math, Rancore, Jank, Menores Atos, The Mars Volta, Wes Montgomery, essas bandas possuem uma forte influência na parte harmônica. Já a brasilidade que acaba sendo notória em algumas musicas, vem forte da parte do Bruno Schaper que compõe a maior parte das linhas melódicas. Bruno ouve Teco Martins, Novos Baianos, Chico Science, jorge Dupeixe. Dentre esses interpretes e compositores, ambos lemos muito e tiramos muito proveito de todas as formas de arte e vivências cotidianas.”
Uma das músicas que eles compuseram leva o mesmo nome da banda – REzA, o que me deixou curiosa se havia alguma relação ou era apenas coincidência, então o Vini contou que quando fizeram essa música e letra, a banda ainda não tinha nome. “Íamos entrar em estúdio e o fato de não termos um nome começou a preocupar. Até que um dia numa conversa despretensiosa sobre esse som, decidimos que o significado intrínseco do som Reza era um senso comum pra todos nós. Sobre reza ser uma momento de ligação com o seu eu interior ou no que você acredita no plano material ou espiritual. Essa música fala sobre isso e nós queremos disseminar essa sensação em nossas apresentações também. Que seja único e intrínseco, pessoa e ao mesmo tempo coletivo. Essa palavra acabou tendo um significado maior pra gente, além do etimológico.”
O plano da banda para esse ano é trabalhar muito os materiais que já tem em mãos. Eles pretendem investir bastante no audiovisual, parte de clipes, versões acústicas, updates e daily studio. “Explorar da melhor forma possível para que possamos disseminar a “sonzêra” ainda mais e consequentemente tocar em quantidade estrondosa até que consigamos viver dessa bagaceira. Hahaha”, afirma o guitarrista.
Apesar da banda ser nova, e o que poderíamos chamar de banda underground, a REzA trás um som maduro com composições bem estruturadas, diferente do que estamos acostumados a ouvir quando uma banda está começando a sua carreira. Então, perguntei sobre como foi o processo de composição do EP. “A composição do EP foi muito rápida e dinâmica, até porque a ideia não era elaborar um conceito no meio do processo de composição. Queríamos apenas compor algumas musicas e sair tocando. Mas, no meio dos ensaios notamos o dinamismo e a facilidade em que as músicas eram expurgadas de dentro da gente, e então, decidimos separar as músicas que tinham uma relação mais próxima umas com as outras e por fim elaboramos o conceito do EP, nome e arte (Desenvolvida pelo artista Lucas Tonon).”
Como todo final de entrevista eu sempre pergunto qual o show mais marcante da banda, e segundo eles “o primeiro show acabou se tornando o mais vibe por conta da espera da galera e da forma como rolou, lançamos o EP nesse dia. Esse show rolou no Augusta 339 no Tropicaos Fest idealizado pela produtora Nós4 e a cada dia tem se tornado um pouco mais especial. Cada apresentação com sua energia.”
O som deles já está disponível no Spotify.