Imagens: Teca Lamboglia
Banda retornou ao país após 8 anos e mostrou porque é uma das referências no gênero
O show do Machine Head é uma experiência visceral e poderosa para os fãs do metal. A energia pulsante da banda no palco é inegável, e sua entrega apaixonada de músicas cativantes mantém a plateia envolvida do início ao fim.
O aquecimento começou com os paulistas do Project 46. Na ativa desde 2008, os meninos têm uma base de fãs muito sólida e fiel. Em 1h de apresentação, tempo atípico para uma banda de abertura, souberam como preparar e levantar o público para o que viria em seguida.
Uma das maiores qualidades do Machine Head é a versatilidade musical que eles demonstram. São capazes de transitar habilmente entre faixas pesadas e agressivas e passagens melódicas e emotivas, criando uma montanha-russa de emoções ao longo do show. A combinação de letras profundas e a intensidade da performance de Robb Flynn no palco proporciona uma conexão genuína com o público. A formação atual da banda também conta com Wacław “Vogg” Kiełtyka (guitarra), Jared MacEachern (baixo) e Matt Alston (bateria).
A qualidade técnica da banda é impressionante. Os músicos demonstram maestria em seus instrumentos, desde os riffs de guitarra virtuosos até a precisão da seção rítmica. Isso resulta em uma experiência sonora de alta qualidade, onde até os detalhes mais sutis das músicas podem ser apreciados. Cada nota se encaixava como em uma sinfonia, a banda muito bem ensaiada não perdia o ritmo por um momento sequer.
O envolvimento da plateia também é notável. Os fãs do Machine Head são conhecidos por sua devoção à banda, e a atmosfera nos shows é eletrizante. A comunicação de Robb Flynn com o público durante e entre as músicas cria uma sensação de união e proximidade, transformando o show em uma celebração do metal e da música em si. Em coro, os fãs são regidos pelo seu maestro. Com os punhos no alto, a plateia vibrava e gritava como gladiadores rumo a uma batalha.
Por quase 3h foram tocados clássicos de todos os álbuns da banda. Essa é a proposta da turnê, celebrar uma longa carreira de sucesso. Antes de tocar “Darkness Within”, Robb Flynn agradeceu o Sepultura por ter trazido o Machine Head para sua primeira turnê no Brasil anos atrás. Paulo Jr, baixista do Sepultura, estava na platéia. Sempre fui curioso para saber o que a banda pensa sobre essas homenagens dos artistas que eles influenciaram.
Um momento muito divertido foi quando, antes de tocar o cover de “Seasons In The Abyss” do Slayer, escolhido pelo público por votação em gritos, a banda tocou um trecho de “All The Small Things”, do Blink-182! O público foi à loucura e cantou como se estivessem em uma festa emo!
Em resumo, o show do Machine Head é uma experiência incrível para qualquer fã de metal. Com sua combinação de músicos talentosos, performances intensas e interação apaixonada com o público, a banda continua a provar por que é uma das referências no gênero.